O governador da província de Luanda disse hoje que o Ministério das Finanças já começou a regularizar a situação financeira que dificultou a execução do recente modelo de limpeza urbana da capital.
A informação foi prestada por Graciano Domingos na abertura de uma reunião que juntou igualmente o ministro da Administração do Território de Angola, Bornito de Sousa (foto), e outros administradores, para passar em revista a questão sobre a limpeza urbana da capital angolana.
O Governo Provincial de Luanda (GPL) lançou, em Agosto passado, um novo modelo de limpeza urbana, integrado por uma operadora principal, empresas de pré-recolha e microempresas.
Segundo Graciano Domingos, o modelo falhou na sua implementação, por registar “dificuldades de natureza orçamental”.
“Isto é, o modelo entrou em funcionamento, mas não tivemos logo o desembolso financeiro que assegurasse a sua sustentabilidade”, explicou.
O governante admitiu que a partir da entrada em vigor do novo modelo constatou-se “um certo recrudescimento do lixo em Luanda”, pelo que houve necessidade de se criar um grupo de coordenação ao nível de Luanda, integrando todos os municípios.
“E porque, como referi, a situação apresentava-se bastante difícil, decidimos que deveríamos realizar campanhas de direcção do GPL e também campanhas sob direcção das administrações municipais, independentemente do modelo de gestão urbana municipal”, frisou.
Nesse sentido, o GPL vai organizar mensalmente uma campanha de limpeza nos municípios, enquanto estes são obrigados a realizar duas vezes por mês as suas campanhas de limpeza.
“Essas campanhas poderão ter lugar ou no primeiro sábado de cada mês e no terceiro sábado, ou no segundo sábado e quarto sábado, intercalando com a campanha de âmbito provincial”, orientou Graciano Domingos.
O governador de Luanda disse que as administrações municipais devem desenvolver o seu próprio sistema de limpeza e mobilizar empresários, escolas, instituições religiosas para este esforço, bem como incutir na população a cultura quotidiana da limpeza.
Acrescentou que está a ser realizado um estudo sobre a forma como a população deverá comparticipar no esforço de limpeza urbana, de modo a criar também auto-sustentabilidade ao modelo municipal adoptado.
“O modelo de limpeza urbana municipal é um caminho que temos, tendo em conta que a nossa Constituição prevê a criação para breve das autarquias locais e a limpeza urbana é responsabilidade municipal”, salientou Graciano Domingos.
O município de Viana deu arranque ao modelo de limpeza municipal adoptado, que segundo o GPL os seus resultados corresponderam às expectativas, com a recolha de cerca de 4.000 toneladas de resíduos, das quais 2.758 já foram transportadas para o aterro sanitário.